Programa Integral

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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Poema ambíguo

O ERRO DA VENDEDORA - Chico Pedrosa

O engano é uma falta
difícil de reverter,

por ele tem muita gente
sofrendo sem merecer,
quantos pobres inocentes
tidos como delinquentes
estão a se lamentar;
se o errar fosse humano
como dizem, o engano
não faria alguém penar.
Um estudante entrou numa
loja especializada
para comprar um presente
para sua namorada
que estava n’outra cidade,
depois de olhar a vontade
os artigos da vitrine
despertou-lhe o interesse
por algo que aquecesse
os dedos das mãos de Aline.
Um belíssimo par de luvas
comprou para namorada,
e pediu a vendedora
moça fina e educada
que embalasse o presente;
inadvertidamente
no lugar da encomenda
a moça se atrapalhou
invés das luvas botou
uma calcinha de renda.
E logo entregou ao moço
que acabara de escrever
um bilhete à namorada
dizendo como fazer
com aquele presentaço,
minha querida, um abraço
e beijos apaixonados
meu amor, este presente
vistas pensando na gente
no dia dos namorados
Lhe mando, porém sabendo
que você não vai usar,
porque quem nunca vestiu
é difícil acostumar,
por isso eu queria ir
pra lhe ensinar vestir
como fez a vendedora;
se nela eu gostei de vê
imagine em você
minha deusa encantadora.
Ela também garantiu
que não mancha nem desbota,
a mão entrando e saindo
não rasga nem amarrota,
eu comprei larga na frente
pra mão chegar livremente
nas bainhas dos torpedos;
e sem precisar forçar
lá dentro facilitar
o movimento dos dedos.
Torço para que te sintas
feliz com este presente
que irá vestir aquilo
que pedirei brevemente,
cobrir aquilo que um dia
quando eu não te conhecia
não podia nem tocar;
hoje eu pego, aperto, amasso,
coço, massageio e faço
você gemer e sonhar.
Só uma coisa lhe peço:
depois que você usar
coloque um pouco de talco
para desinfectar
e evitar o mau cheiro,
feito isso, o dia inteiro
pode usar e se exibir,
e se na rua alguém parar
pra lhe perguntar quem deu
pode dizer que foi eu
seu namorado Valdir.
A namorada tomou
aquilo por gozação,
num segundo veio abaixo
seu castelo de paixão,
despachou o namorado
que até hoje coitado,
a culpa imerecedora
carrega sem entender
e assim paga sem dever
o erro da vendedora.

Poema enviado pela Aluna Tamires Oliveira do 3º ano B da EREM Jarina Maia

7 comentários:

  1. Muito engraçado, rsrsrs...
    pensei q fosse outra coisa!!!
    Shuashuashuashua

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  2. muito bom o texto, eu to rindo até agora. rsrsrs

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  3. Vou procurar mais textos de autor, será q tem mais algum engraçado como esse?
    eu ri vi Shuashuashuashua

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  4. Se se deliciaram com o engano da vendedora, LEIAM ESTE DE LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO. Tentem dramatizá-lo.
    CONTO ERÓTICO (Luiz Fernando Veríssimo)

    - Assim?
    - É. Assim.
    - Mais depressa?
    - Não. Assim está bem. Um pouco mais para...
    - Assim?
    - Não, espere.
    - Você disse que...
    - Para o lado. Para o lado!
    - Querido...
    - Estava bem, mas você...
    - Eu sei. Vamos recomeçar. Diga quando estiver bem.
    - Estava perfeito e você...
    - Desculpe.
    - Você se descontrolou e perdeu o...
    - Eu já pedi desculpa!
    - Está bem. Vamos tentar outra vez. Agora.
    - Assim?
    - Quase. Está quase!
    - Me diga como você quer. Oh, querido...
    - Um pouco mais para baixo.
    - Sim.
    - Agora para o lado. Rápido!
    - Amor, eu...
    - Para cima! Um pouquinho...
    - Assim?
    - Aí! Aí!
    - Está bom?
    - Sim. Oh, sim. Oh yes, sim.
    - Pronto.
    - Não. Continue.
    - Puxa, mas você...
    - Olhaí. Agora você...
    - Deixa ver...
    - Não, não. Mais para cima.
    - Aqui?
    - Mais. Agora para o lado.
    - Assim?
    - Para a esquerda. O lado esquerdo!
    - Aqui?
    - Isso! Agora coça.

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